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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

grito em silêncio

05/07/10




Vim pra dizer algo, mas sem saber o que viria a ser dito.
Enfim digo.
O que penso, o que sinto, sempre disse, sempre fiz.
Pude ver, e assim revelar aquilo que percebi a todos os que ao meu redor e no meu caminho se encontraram...
Posso viver o que penso, posso viver o que sinto...
A música que toco a que ouço, é aquilo que faço, a cena que atuo, o Ato. O Ato.
Vejo o mundo. Vejo o mercado.
Compra e Venda, falsos valores são papel moeda.
Deseducação, Desinformação, ninguém quer questionar. Ninguém quer viver a questão, e propor a tal solução.
Me chame ninguém.
Ninguém quer abrir mão do conforto, do bem estar, da "paz" do agora, do "bem estar" de outrora.
Vejo velhos deprimidos, jovens e seus devaneios, crianças aprendendo as primeiras palavras, "papai" "mamãe"
e as primeiras frases...
"compra papai?", "compra mamãe?" "mamãe, to com medo"..
Quero os olhos e a inocência daquelas crianças.
Quero sentir o frio nos pés descalços na garoa sob o asfalto, e sob o vento seco, o nariz escorrendo, e a cultura isolada, a margem, ao longe! ao longe!
Na tela, nada se vê. Além do reflexo cego de nosso corrompido ego.
Alimentando-nos de sonhos materiais, e de músicas e poesias de fabriacas, publicitárias, e comerciais.
Quem és tú? Que fazes aqui?
Vou livrar-me disso aqui... ou morrer tentando..
ninguém quer, niguém vê, ninguém percebe, ninguém quer agora, todos querem amanhã, e o amanhã nunca será, pois sempre sonham amanhã, Ninguém diz hoje,
Vomito.
Seres humanos aprisionando seres que podem voar em gaiolas, para ouvir seu canto, que devia ser livre.
Músicas, aquelas que gritam a rebelião e a liberdade, das quais milhares escutam, mas quantos a levam a sério?
Palavras ditas por bocas distintas e cabeças sóbrias, perdidas nos blogs, discursos e nas mesas de bar, diários, pseudo artistas, palavras ditas, belas, bem definidas, palavras não vividas.
Só, contra a corrente, tento multiplicar-me e curar...
e me curar e me reduzir a simplicidade do que nunca ultrapassei.
Percebi, não adianta gritar.
De nada valem os versos reais nessa casa de bonecas de falas gravadas e malinterpretadas.
Se parte o nó da gravata.
Se a perta o nó da gravata.
O óleo ainda vaza.
A água ainda sobe.
As toras ainda caem.
Ninguém escuta.
Ninguém fala.
Ninguém vê.
Ninguém Faz.
Mórbida arvore seca de vida... ninguém ainda acredita em ti.

Me Chamem Ninguém
(+_+).

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