Silêncio

[03h17min – 11.12.2007]
Acendeu a luz do banheiro só para enxergar o espelho e refletir sua imagem de angústia e anseio. E o reflexo era claro, inclaro, frio e cálido. Perdido no olhar que demonstrava todo o desespero não representado em face.
Em mente, todo pensamento inconsciente, vago, paciente, descontente e a Paz em realidade ausente. Presente da humanidade ego centrista fracionada, fazendo da massa alienada destrutiva por condução. E aonde está o seu perdão? Criticando a si mesmo sem ter, nem saber, a solução pra todo o mal em sua mão.
Lábios e pálpebras costuradas sem chance de se expressar, só esperando poder enxergar de olhos fechados. Ouvidos a escutar o que lhe impõe a música da manipulação, sem ter informação.
Corpo cansado, e desprezado, por se arrastar no mangue seco, sem caranguejo para capturar. O teu desejo é ter comida, sem se matar para ganhar um prato de sopa fria.
Quem é você? Que usa terno passado em carro blindado. E o avião caiu, nem viu, não foi ali, mas sofreu. O noticiário atacou porque perdeu, mais zeros atrás do algarismo, vai ganhar se polemizar e explorar os pais, os tios, irmãos e filhos de quem morreu.
E ele agora está em frente a TV, a engolir, toda situação editada. Fita estragada, o que aconteceu? Em berço esplendido toda sociedade morreu alucinada com tanta verdade programada.
Silêncio. Um minuto para escutar o respirar do lamento e as batidas e um coração sem sentimento que vem de dentro.
E o sino bate e o minuto passou e acabou o seu lamento (+_+).