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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cúmplices dos Homens do Mundo

21h22 - 2.1.2011
. . .
E se não pudermos fazer nada?
Posso tentar pensar assim
Mas o que sinto grita dentro de mim...
Se não pudermos fazer nada,
Fechar os olhos para a miséria
e usufruir minha vida de pequenos privilégios
limpo e podre,
fruto enganoso...
Se não pudermos fazer nada
desligarei a tv com carinho
imaginarei com esforço frio
ter desligado sua mentira
e a podridrão que assistia...
A realidade não desliga...
Uma bomba em hiroxima e outra em nagazaque a tiram do ar.
Mas penetram a pele. (Napalm)
Se não pudermos fazer nada
Fecharei os meus olhos,
e me curarei...
Ignoro o corpo largado,
mas o nariz sente o cheiro...
Se não pudermos fazer nada...
aplaudiremos o sangue com louvor?
Fazendo cócegas na ferida,
vestir um belo sorriso comprado
num shopping sem janelas...
Pois sou a Ferida.
E estou Ferido.
Continuarei a ler calmamente,
ouvindo o tic tac do tempo,
enquanto o sangue sobe..?
Pronto pra nos afogar...
Prestes a explodir..?
Não posso fazer nada. Posso?
Pegar a fila,
comprar um ingresso,
comer pipoca e ver o circo cair.
Furar a fila, assistir de camarote
como ajudei fazer o mundo ruir.
O letreiro sobe e meu nome está:
Co-Direção, Assistente, Personagem?
Cúmplice.
Patrocinado por meus vícios.
Agradecimentos a todos vocês.
Especialmente para todos nós.
Chove lá fora. Agora.
Lavo minha alma fazendo
às fazes com a Culpa.
Já estou melhor agora.
Mas não me molho não!
Se borrar minha maquiagem
E desmanchar o cabelo
Corro o risco de me olhar no espelho ao chegar em casa,
e ver
Quem realmente sou?.
Desconheço. Me despeço. Desespero.
O navio naufraga, e apesar da valsa consoladora
Sinto o enjoo.
Quero vomitar...
Parem o Mundo!
ou desço agora, ou vomito aqui dentro!
brindemos...
Na taça de cristal, champagne e veneno...
o Luxo em morrer.
Engatilhada a arma.
Disparo de valores suicídas.
A lamina penetra as entranhas.
Diante de todos o sangue escorre...
Serei cúmplice?
O assassino agradece.
A peça chegou ao fim...
Aplausos.



silêncio




Eu Não.
Eu Não Serei Cúmplice.


(+_+).

Um comentário:

  1. Elogio estraga a poesia... Mas preciso te confessar que o arrepio veio... e lavou o rosto. Um abraço mais do que apertado, poeta!... não... mais que poeta... pessoa!

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