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quinta-feira, 31 de março de 2011

Desletrado

to morto.
vivo.
mas poeticamente morto.
e conceitualmente também...

eu, no momento, só sinto..
sinto muito

muito muito

sinto grande...

sinto tanto

que já nem me lembro se um dia soube disso...
disso, que eu sentia.. das coisas que sinto.

precisa saber pra sentir?

infelizmente, pro meu conceito de fotografia, meu dever de casa,
preciso saber sim senhor...
infelizmente pro hoje agora que há, nem sempre sentir basta, e se você
não consegue dizer o que sente, é porque talvez, pra eles, não esteja
sentindo...
afinal.. se não diz, não sente...
pra eles .. eles quem?

eles todos.. todos eles.. todas elass, as pessoas.. todas.. todos.. todos nós..

nós.

amarrados nas palavras..
nos seus ditos significados..

o meu sentir não cabe no dicionário
e ai dizem que por conta disso ele não tem significado.

crueldade...

ou razão..

se tiverem a razão, me sentirei mal..

mal criado.. por excluir o que sinto do dicionário... armário..
autoritário.. reacionário!...

perdão.. escapou... não foi de todo proposital
assim como também não foi de todo equívoco...

equívoco em completo é este, um devaneio(fuga) de um dever de casa
escrito em folha em branco...

em branco..
as páginas..

invisíveis..
as palavras..

e todos os seus significados, vírgulas, extrofes, erros de português,
gramática, parágrafos, linhas, reticências, entrelinhas...

espirrei

todas as palavras tem significado
nem todos os significados tem palavras

rabisco em teclas esse palavreiro asqueroso e intruso, que só no já
do agora no aqui do exato instante vejo, estás a querer palavrear meus
significados sem palavras!

desistam! palavras tolas!
abram mãos! da caneta e do teclado! (o lapis já não existe mais)

esses significados não tem o que vocês querem...
eles não pertencerão a nenhuma palavra do que vocês me disserem!

CAIAM FORA! Vão!
Vão embora.. chuva tola e estúpida de palavras jogadas fora!

odeio desperdiçar vocês como no agora..
poupem-se e poupem-me de ferí-las desse desprezo inerente..
desta incondição existente..


poupem-se..

poupem-me

de achar que isso deve sim ser descrito...
de imaginar que eu sou o errado por sentir mudo..
por sentir analfabeto..

analfabeto sentir esse que dança em sensações inexplicáveis
sob a dita chuva de palavras tortas e grossas que não dizem nada

mas que refrescam aquele seco nó na goela,

que canta silêncioso o grito que não dei, mas ei... hão.. sei... É!

há!




outras tantas quantas palavras jogadas fora...
pra tantos outros significados que não vão embora

(+_+).

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