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quarta-feira, 15 de junho de 2011

O que não se pode ver.

(12.06.2011 madrugada)

O sono do insônio é tão complexo,

Que fica simples de entender o paradoxo...
O insônio sono
que não precisa fechar os olhos pra sonhar,
que dorme com as palpebras ainda separadas..
mas que desperta sempre que adormece..
É.. quando fecha os olhos... Não dorme..
Desperta..
Vai rabiscando sonhos no recuo do pensamento
No vazio da mente o borrão, o traço, forte...
desejo.. voz.. toque.. 
acorde,.. café.. melodia..
dança.. sina.. alforria..
estrada.. libertação, céu..
vida.. sina.. chá.. melodia.. melodia..
silêncio
melodia..
farra de neurônios subversivos que versam nas teclas da noite...
a sensação miscigenada de cores e pássaros...
veludo.. papel, nuvem.. pedra de pano..
como dizer o que vê?
como ver o que não se diz?
como enxergar o invisível?
Mas como é sólido esse impalpável..
Tão nítido o que não se pode ver..
que grita e estoura em Luz os olhos do peito..
a vista entre artérias..
pupilas dilaceradas de um coração cegado..
pelo que sente em si.
teclo, selo em sua carta..
rabiscos que selo no aqui.
mensagens em garrafas a deriva..
guarda-chuva retorcido no asfalto surreal..
sapato furado.. dedos gelados.. lábios quentes..
passos.. pedalando no molhado..
nus, corpos num retrato em branco e preto
olhares de décadas..
olhares de séculos..
olhares de milênios..
olhares de segundo..
olhares do amanhã...
Mas como pode?
Tão nítido...
Tão nítido..
Como é que pode heim?
Como é que pode ser?
Tão nítido
o que não se pode ver (+_+).

Um comentário:

  1. Hum um poema escrito com muita maestria! Amei querido! Tem coisas que que acontecem que não encontramos explicações, entretanto, tais coisas são gravada pra sempre na memória do tempo e aos poucos o coração vai traduzindo tudo isso que acontece...
    Aplausos sempre mil nobre Poeta!
    Com carinho e cheiro de jasmim!

    Luana de Mello
    Abraço forte!

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