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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ser

Procurando formas
meus pés brincam de serem,
Palavras se desviam
dos passos que as pegadas formarem...
A terra em chamas permanece fria,
Olhos que não dizem nada.
Olhos que gritam o nada.
Nas costas, fatos em porções
de passado, amassado e cru...
As mãos apalpam o vento,
procuram algo sólido,
os mesmos dedos que se desprenderam do teu suor.
Lábios que lamentam não ter tocado
o gosto doce de tuas lágrimas.
Olhos que sentem teu cheiro,
mudos, escutam teu grito.
Os pés procurando as formas.
Pegadas burlando as palavras.
Marcas transparentes do velho cerco inexistente.
Dá pra ver o pulmão sem ar,
enrugado feito fruta seca...
As raízes transparecem.
Coluna sem parágrafo.
Verbo sem vértebra.
Tanto. Muito. Todo.
Gente amarga,
duas colheres,
15 segundos,
dissolva no leite.
Branco em caracóis translúcido.
Desfoque.
Transgênicas sílabas entre fios,
Artérias derramam aço, cobre e bronze,
Lacrimogêneos formam rios,
Tuas lágrimas agora me fazem navegar...
Pra longe...
tão distante... e lúcido
tão perto, voo rasante...
No solo teu canto marcado.
Na face tua terra líquida...
Virando tinta acrílica,
Borrando as noções do espaço.
O horizonte permanece sujo.
O horizonte permanece belo.
Por linhas tortas,
dispensa-se ilusão formosa.
A invenção da história.
Minha dor. Meu amor.

Porque o teimoso horizonte
não se permite o infinito?

Meu sonho. Meu ser.
Ser Humano.

(+_+).

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